terça-feira, 6 de setembro de 2016

Artigo de opinião
O futuro do jornalismo em papel vs o futuro do jornalismo digital

Futuro do jornalismo em Portugal tendo em conta dos avanços da tecnologia

Com o crescimento e afirmação do jornalismo digital ao longo do tempo, o jornalismo feito em papel perdeu espaço. As vendas de jornais em papel diminuiu, porque o digital se tornou muito mais. O acto de nos dirigirmos a uma banca de jornais logo de manhã para comprar o nosso jornal, para o lermos no caminho de comboio até ao trabalho ou para o lermos numa das nossas pausas, foi substituído pelo deslizar dos nossos dedos no ecrã do nosso telemóvel ou pelo scroll nas páginas dos nossos computadores. O digital invadiu as nossas vidas. Poucas são as pessoas que vêem as suas vidas de forma diferente daquela de que aqui falo. As pessoas estão cada vez mais dependentes das notícias actualizadas ao minuto, das coisas rápidas, que estão logo ali à frente, sem se preciso muito. Quem demora mais, muita das vezes, já vem tarde. O digital tem si as notícias transmitidas mais facilmente, sem nos podermos esquecer que nem por isso isso é sinónimo de notícias melhor transmitidas. Há que ter também isso em conta. O digital tem em si a confusão entre “cidadão em comum” e “jornalista”, uma vez que um cidadão comum pode servir de jornalista, tirando uma fotografia de algo que aconteceu, um acontecimento sobre o qual se estão a aceitar fotografias amadoras para o ilustrar, por exemplo. Seja na televisão ou no site, o que conta nestes casos é a imagem. O poder da imagem é o poder do digital. Um artigo que num jornal dito normal tenha uma fotografia para o ilustrar, num jornal online pode fazer-se uma galeria de quinze ou vinte fotografias para ilustrar o mesmo artigo.

O mesmo jornal em versão escrita ou em versão digital concentra em si valores completamente distantes. Ainda assim, aquilo que está disponível online, seja em que tipo de formato for, chega até nós de uma maneira muito mais rápida, muito mais directa e, embora o espaço alcançado até agora pelo digital seja já muito grande, o papel ainda não desapareceu e creio que nem desaparecerá. Perante as vantagens e poderes do digital, cabe aos jornais criar novas soluções em papel para que estas ganhem de novo o seu poder, regressem aos seus números e possam conviver, de uma forma boa, com o digital. Resta só que se encontre a forma certa de fazer a mudança necessária. Há leitores do digital apenas. Há leitores do papel apenas. Há leitores que lêem ambos e, infelizmente, há quem não leia nem um nem outro. Há espaço para ambos. Há espaço para todos.


Inês Antunes Malta

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