terça-feira, 6 de setembro de 2016

Perfil de Ana Catarina Oliveira


“Há tantas pessoas.
É tão fácil esquecer como o mundo está tão cheio de pessoas, cheio a abarrotar,
e cada uma dessas pessoas é imaginável,
mas consistentemente imaginada de forma errada”
John Green


Um perfil é algo que se escreve sobre determinada pessoa tentando precisamente desmitificar todas as coisas que se criam na cabeça das outras pessoas e que não correspondem - ou podem nem sempre corresponder - à verdade, Coisas que estão lá, que vivem na pessoa, que são da pessoa e que ela pode - ou não - revelar.


Ana Catarina Oliveira não gosta que a tratem apenas por Ana. Nasceu em Leiria, a 21 de Fevereiro, mas é em Alvaiázere que vive desde muito pequenina e onde, por sua vontade, viveria sempre, e onde todos a conhecem como Catarina, pois é assim que mais gosta de ser tratada. Entre voltas e mais voltas, veio estudar para Lisboa, Mora em Odivelas e Alvaiázere é o seu cantinho, que a recebe todos os fins de semana. Catarina tem os olhos mesmo muito azuis, um metro e setenta e quatro marcados como sendo a sua altura no Cartão do Cidadão e  uma franja muito rebelde.


Adora a cor azul e é do signo peixes. Acredita muito nos signos, e sente que tudo o que eles dizem acaba por ser, de uma maneira ou de outra, verdade. Entre os seus principais hobbies, estão a fotografia e a escrita. Adora dançar, conhecer locais, coisas e pessoas novas! Prefere o verão e a primavera ao inverno e ao outono pelas temperaturas boas, pelo sol que se faz sentir e pelas cores. “Todas as coisas são mais bonitas no Verão e na Primavera. Ganham por si só uma cor nova, uma cor diferente da sua anterior que, nesta altura, brilha mais”. Quando não tem vontade de sair de casa, é no seu sofá que passa grande parte do tempo a assistir aos filmes e às séries dos quais não abdica e vê sempre que tem tempo e vontade. “Sou mais de ver séries do que filmes. Ainda assim, gosto de um bom filme. O filme que mais gostei até hoje foi o Austrália. Foi um filme que me marcou de tal maneira que ainda hoje em várias situações me lembro dele”.


Ana Catarina, ou apenas Catarina, como gosta mais de ser tratada, adora comprar livros e tem em sua casa estantes e mais estantes cheias de livros e mais livros. Mas, se para comprar, é muito pronta e por vezes não hesita, as coisas mudam de figura quando falamos da própria leitura. “No que toca a livros, adoro comprá-los. Adoro a sensação de ter um livro novo na mão, o cheiro que tem por si só antes de o abrir sequer e de folhear as suas páginas. Mas para depois lê-los até ao fim já é mais dificil. “Uma história que me prenda verdadeiramente tem de ser uma história verídica, que envolva vidas pesadas ou dramas pessoais.”


“A minha mãe chama-se Carminda Paixão e o meu pai Adriano Oliveira. Ele é o meu herói”. Muito ligada à família, Ana Catarina vive com os pais, em Alvaiázere, e com o irmão mais novo - de 22 anos. “O meu irmão e eu não somos muito chegados mas ele é sem dúvida a pessoa pela qual eu faria qualquer coisa se fosse preciso”, confessa. “O bem mais precioso é a minha familia.
Tenho uma família enorme, catorze primos, todos muito chegados. De todos, eu sou a mais novinha.” É muito ligada aos primos, sobretudo depois da morte da tia há cerca de 4 anos.


Tem uma cadela, a Vaidosa, e um gato que “tem imensos nomes, desde Nico a Tareco, nunca o chamamos pelo mesmo nome”, conta. Em Odivelas, para onde veio viver agora que está a estudar em Lisboa, vive com em casa de uns amigos dos pais e diz que não poderia estar melhor.


“Adoro escrever, daí a minha escolha ter sido o Jornalismo”. Está hoje em Lisboa, no 2ºano do curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, depois de ter estado também em Coimbra a tirar Comunicação Social, mas o curso não correu como esperava e foi em Lisboa que encontrou o curso que realmente quis. “Não foi esta a minha primeira escolha e vim pra cá mais pelo curso do que pela cidade, e mesmo que adore o campo e todas as paisagens da zona onde vivo, agora que cá estou descobri que adoro Lisboa. Nem há como não adorar”.


Acerca das suas qualidades enquanto pessoa, Catarina diz: “Não me considero diferente dos outros mas os meus olhos tornam-me invulgar. São azuis, da minha cor preferida”, acrescentando ainda: “Sou uma pessoa da noite”. Diz que o amor, mesmo podendo cair em cliché, é querer o melhor para a outra pessoa, mesmo quando essa pessoa não quer estar connosco. Desgostos amorosos à parte, “o que me faz mesmo bem são dias de sol, amigos, dançar e sorrir”, diz Catarina. “E por mim o mundo seria sempre um lugar cheio destas coisas. Um mundo melhor, onde também não existissem pessoas que vivessem na rua, e onde a ingratidão não tivesse nenhum espaço para si, por mais pequeno que fosse. Não suporto ingratidão, acho que é o pior”.


“A dança faz-me feliz. Dançar ou trabalhar no bar é o que mais gosto de fazer para me ocupar o tempo nas férias ou sempre que tenho tempo livre. Adoro sair à noite para estar com os meus amigos mas sobretudo para dançar, tem qualquer efeito em mim que ainda nem eu consegui desvendar”. Catarina diz que o efeito que a dança tem em si é uma das coisas nas quais a própria Catarina não tem efeito ou poder, da mesma maneira que diz não ser supersticiosa mas acredita no destino. “Acho que temos a vida traçada e a vida vai-nos dando pistas, indicando quais são os caminhos a seguir para chegar a determinado ponto”.


Já quis ter 5 filhos mas com o passar do tempo Catarina percebeu que 5 seria um número talvez demasiado ambicioso e hoje em dia até já pensa que tem de ter os pés muito mais assentes no chão, uma vez que poderá ser mãe desses mesmos cinco filhos, tal como poderá não vir a ser mãe. Ainda assim, se tal acontecer, há já ideias consolidadas acerca do nome. “Primeiro que tudo, quero ter um Guilherme e depois logo se vê. O meu ideal de felicidade é ter a minha casa, a minha outra metade e sorrir todos os dias”, diz.


“Gostava de de ser menos preocupada e pieguinhas, e o meu maior medo é ficar sozinha”, conta Catarina. “Percebi isso especialmente quando tentei emigrar sozinha para o Luxemburgo. Sabia que estaria totalmente por minha conta e risco mas só o percebi e senti realmente quando lá cheguei. Não estive lá muito tempo, apenas três semanas, mas foi uma das maiores aventuras que já vivi e fez-me perceber imensa coisa”.


Catarina valoriza muito o tempo que lhe dedicam. Quando as pessoas de que mais gostamos nos faltam damos por nós a querer tempo e mais tempo para fazer tudo o que não fizemos, dizer tudo o que não dissemos, e Catarina percebeu isso sobretudo depois de o seu avô ter falecido. “O dia que mais me custou até hoje foi o dia da morte do meu avô paterno. Morreu no dia do meu aniversário e isso marcou-me muito. Achava-o super parecido comigo. Era muito calmo, muito paciente, e hoje que já não o tenho comigo fisicamente só posso dizer que o melhor que podemos dar a alguém é o nosso tempo, enquanto é realmente tempo de o fazer”, diz.


Catarina gostava de ter jeito para desenhar, e sonha um dia ser fotojornalista e fazer voluntariado em África. Quem sabe poder juntar as duas, o útil ao agradável. Considera-se muito preguiçosa e mesmo reconhecendo isso como um defeito seu, Catarina diz que “se puder deixar para amanhã, eu deixo”. Catarina acredita na vida depois da morte e, não sendo um tema acerca do qual não tem receio nenhum em falar, faz questão de mencionar que quer morrer a fazer algo de que goste muito. “Só não quero sofrer”, acrescenta.


Catarina é sentimentalista, de lágrima fácil. Há dias em que até chora a ver novelas, filmes, e até entrevistas do Alta Definição, programa apresentado por Daniel Oliveira, que Catarina adora. Uma das principais coisas que podemos constatar ao conhecer Catarina, nem que se trate apenas do primeiro dia, é isto mesmo. Ela é dos sentimentos, das sensações, sente muito tudo e por vezes tudo isto que ela sente mas não diz transparece nos seus olhos azuis - que só alguns sabem ler. Como lema da sua vida tem a frase “Fazer alguém sorrir a cada dia” uma vez que Catarina só quer ser feliz como toda a gente e, como já dizia Anne Frank: “Quem é feliz faz felizes os outros”.

Inês Antunes Malta

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